quarta-feira, 22 de novembro de 2023

«A sua sombra crescia pelo passeio quando São deu por si a levitar. Em casa, depois que adoeceu, já não se levantava. Tinha que contar com os outros. Mas o seu espírito, enquanto o corpo dormitava na penumbra do seu quarto, passeava por jardins e calçadas que nem conhecia, a apanhar o fresco das manhãs frias de novembro. As lágrimas de orvalho sentia-as fora de si, enquanto aproveitava aquele milagre divino num ar brumoso. O sol ia subindo no céu e São resolveu regressar, olhando-se com respeito e comoção pela vida que levara, de frente para um corpo cansado, sereno, envelhecido pelo tempo. - Mãe. - Uma voz suave acordou-a.»

 


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