- Não me deixes envelhecer, Tempo.
- Vamos lá a ver: tu não és o Outono?
- Sim, Tempo, mas ainda falta o Inverno.
- Pois! Mas tu não morres. O mundo à tua volta é que vai enfraquecendo...
- Mas eu sou algum vírus?
- Não. Tu és o meu lado melancólico-romântico. Eu atribuo-te este mundo na tua fase ativa.
- A minha fase ativa de molhar tudo e amarelecer o planeta?
- Sim. Não és tu que morres. És cíclico. Como a natureza.
- E as pessoas também?
- Os corpos das pessoas morrem, mas as suas sementes continuam nas novas gerações.
- Como na natureza?
- Eles são a natureza humana. Agora vai trabalhar que os vírus andam a atacar.
- O que é que um pobre outono como eu pode fazer perante tal novo corona vírus? É microscópico, eu sei, mas por isso mesmo, é um inimigo ainda mais terrível!
- Só eu, o Tempo, consigo dar cabo desse malandro. Mas preciso da ajuda de todos.
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