sábado, 7 de julho de 2018

Olho-de-berlinde

És algum pirata? Da terra ou do mar?
Ou de alguns velhos computadores?

O teu olho-berlinde faísca-nos.
Quando brincamos à apanhada
baralhas logo e abafas-nos.

Mais um olho-berlinde de lince
a brilhar intenso num belo posto
gesto inteligente, saqueador.

És pirata, sim, dos tenros sonhos
a vaguear no infinito de cada lance
certeiro chão-bola dos desenhadores.

Grande lápis apurador de olhinhos
na rede geométrica de tais tesouros.
Crias ilusões tão de mansinho.

Rosa Maria Duarte














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