- Alô. Hoje resolvi telefonar-te.
- Mas olha que está um tempo que merece ar livre.
- Tens razão. Vou descer.
(Passados uns minutos)
- Já aqui estou. Estás pensativo...
- Estava a pensar se a rapaziada, que passou por mim na rua há pouco, gostará da vida que tem.
- Eu acho que já se vai vendo com um respeito considerável a vontade dos mais novos.
- Que antes não se via?
- A ideia de que a 'idade é um posto' era muito forte. E nem sempre achavam que era pedagógico dar a palavra a gente novinha, com o argumento da inexperiência e da falta de maturidade...
- De facto, nota-se que cada vez mais os pais e educadores têm em consideração as opiniões dos mais novos. Há que ouvi-los, com atenção e proporcionar-lhes condições para desenvolverem os seus interesses. E chamá-los à razão também, quando é preciso.
- Diálogo, sim. Há quem diga: Então e depois quando se tratar das oferta no mercado de trabalho, um dia? Comer é prioritário.
- Pois. Claro que o futuro tem que ser pensado também nesse aspeto. E prepará-los para isso. Sempre conscientes da realidade, procurando 'ferramentas' utilitárias e, por outro lado, a noção da realização pessoal sempre em cima da mesa. E muitas serão, ainda assim, as desilusões e as boas surpresas ao longo da vida.
- Achas que todos os pais são, de facto, os melhores amigos para os filhos?
- Se não são todos, deviam de sê-lo. É o mínimo exigível a um ser humano. Ser um bom progenitor. Nem é pedir muito a cada um de nós. E, só por isso, já se justificará existirmos. Vizinhos de tantas espécies animais que são ótimos educadores.
- Sim. Animais educadores de excelência, sem qualquer diploma.
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