sábado, 6 de outubro de 2018

Poema ao mais fundo de ti, nesta serrania

Anda: vem comigo nascer de novo e olhar o belo.

Aqui: deixa-te levar assim pelo sublime materno.

Ouve: as serras neste alto d'azul quase a repousar
de chamas e ventos e sirenes de espumas no ar.

Respira: esta terra a cobrir-se folhas em tons caril
pó fino castanho ainda quente macio do ido Estio.

Prova: o doce genuíno das urzes rasteiras libertas
de mãos humanas e jarras de plástico nas janelas. 

Repara: que nesta imensidão de linhas de luz-tempo
há espaços decididos e desenhados a cada momento.

Sente: é a vida natural de Mãe-Serrania em estrelas
tão simples e protetora c'um ventre cheio de raízes.

Rosa Maria Duarte




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