- Bom dia, senhor agente. Desculpe incomodá-lo, mas estou mortinho para desabafar.
- Bom dia, senhor condutor. Peço desculpa, mas para desabafar, terá que se dirigir a uma igreja ou a um consultório médico mais próximo.
- Tem razão. Mas se me permite, vou desabafar aqui mesmo. Nem que fique a falar sozinho.
- Se assim é, diga então lá o que é que se passou.
- Muito obrigado pelo seu tempo, senhor agente. Há dias circulava pela avenida de Brasília e foi autuado com 120 euros por excesso de velocidade.
- No Brasil?
- Não, não, aqui em Lisboa.
- Pois... Como o senhor deve saber, as regras da estrada são para cumprir. Em qualquer parte do mundo. Não quer insegurança na estrada, pois não?
- Claro que não, senhor agente. Mas a minha dúvida é a seguinte: se paguei o que paguei e me excedi em 22km/h, quanto pagaria se me excedesse 6 km/h?
- Pagaria o mesmo, muito certamente. Tenha calma. Pelo menos, a Lucrécia deve ter-lhe tirado uma foto bonita ao carro.
- Sim, senhor agente, nesse aspeto não me queixo. Olhe, resta-me desejar-lhe um bom Natal.
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