Olha os vidros da janela...
O que te parecem?
Estão embaciados, é certo;
choram gotículas miudinhas
para o balcão de pedra fria...
Acho que vou lá desenhar o teu nome...
E ao longe esse tempo?
O céu tem amassado um cinzento...
manto da noite que o besuntou de sombra
um véu leitoso alimenta a melancolia
patamar espesso de aviões superiores
que desfrutam do azul tão altíssimo...
Será que Prometeu vem?
Quando saíres, leva o casaco, por favor.
Rosa Maria Duarte
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