terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Queres pensar comigo IV

- No caminho para cá vinha a pensar naquilo que dizemos e escrevemos. E decidi partilhar esta reflexão contigo. Não achas que as pessoas dão demasiada importância às palavras? Afinal o que interessa são os atos de cada um de nós, individualmente e em grupo.


- Olá, boa tarde. Essa é uma reflexão que muitos de nós fazemos. Os atos são a confirmação ou o desmentido das palavras. Sem dúvida. Como nos tribunais. Mas a força das palavras é indesmentível nos atos humanos. Porque o ato coletivo guia-se pela palavra e pelo gesto. Até o ato individual é pensado por palavras. Eu sei que há pessoas muito boas a trabalhar e com menos capacidade comunicativa e vice-versa.

- Por isso é que os políticos devem ter competências acrescidas: bons comunicadores e bom executores.

- Bons oradores com particulares competências persuasivas. Só assim conseguem ser eleitos e então, se quiserem e conseguirem, atuarem segundo o que se espera.

- Às vezes acho que certas profissões parecem uma atividade mais pensada a partir de um sonho infanto-juvenil.

- Como assim?

- Eu sei que é estranho este meu pensamento. O futebol, por exemplo. A dança. A literatura. Certas profissões ligadas à política, à religião...não são tão vitais para a existência humana como a medicina, a enfermagem, a culinária, a construção civil, certas atividades artística mesmo, a ação judicial e outras.

- É realmente estranho, mas estou a tentar perceber-te. Por exemplo, a filosofia aparentemente não determina a sobrevivência humana. Nós não precisaríamos de estar aqui a conversar sobre as nossas reflexões. E não é uma atividade que normalmente se inclua nas ocupações preferenciais das crianças e dos jovens. Mas as profissões mais utilitárias não são, comprovadamente, suficientes para a sobrevivência do Homem. E não estou a falar só de Progresso.

- Cada vez mais, não achas?

- Diria que sim. Com a evolução humana, o grau de exigência da sua qualidade de vida tende a aumentar, felizmente.

- Estamos a pensar assim só porque somos otimistas?

- Acho que não. Tem havido de facto, apesar de tudo (do qual se poderá dizer muito), uma gradual e inconstante evolução humana. Vamos jantar?




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