Ser alguém terno na planície-mãe
de olhar erguido à vida estrela-tela
e no alto do infinito-mestre sentir
quase saudades de mim em aromas
de arco-íris, chuvas e ventania.
Aconteceu ser eu ao lado de vulto
sombra que não conheço, incógnita
bailante céu baixo da montanha sem
brancos de neve. Apenas urzes firmes
e erva pisada minha companhia divina
deserto Deus-nevoeiro bem-me-quer.
Aconteceu ser eu a querer ser rosa-flor
frágil pequenina em surdina atenção
macia de alvura compleição e veludo
de mãos a desenhar um avião tão azul
na terra do sempre e amor em poesia.
Não estou só. Afinal, primavera, és eu.
Rosa Maria Duarte
Quadro a óleo em exposição na Casa das Artes em Cacilhas |
Sem comentários:
Enviar um comentário