domingo, 5 de fevereiro de 2017

O livro do destino

Corre pelo meu rosto fino
um anseio macio e macilento
algo de vetusta cortina de alma
uma espécie de encontro maior
a jóia gémea que julgo ser Deus.

A brisa de sopro que me refresca
o olhar  o corpo  as mãos nas tuas
sombras pardas deste devir invulgar
solta de luz em febre no horizonte
vem-me beijar na cor o silêncio.

Reconheço o livro com tais sentidos
visíveis e invisíveis viajados além
no imenso universo do alto vitral
elevado na criação e na doce emoção.

O segredo do destino feito em tempo
muito sentimento e vibração infinita
no valimento despojado de não-ser
perdido na dor e na saudade de si.

Espelho fiel ao movimento celestial
existência aquém da dispersão poética
e de um fado coletivo não controverso.

Rosa Maria Duarte








Quem sou?
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
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