sexta-feira, 7 de julho de 2017

A não-palavra

A não-palavra é nem dizer
que falar é mais o silêncio
que gracejos e harmonias
pensamentos endeusados
pelo sentimento senhorito.

A não-palavra é esquecer
o ser e o não ser, e então
aclamar do mundo a fala-
-mundi rasgo de palestras
livros indumentárias vénias
vestidas de cansaços baços
maquilhagens convertidas.

A quase-palavra é pró-tentar
a força no medo de errar e 
cantar o hino da alegria e 
saber de cor a cantoria dos
pequenos descontentes já
quase na barriga de sua tia.

Há sim, palavras-sim: contigo
partilhar construir combater
desenvolver desimpedir
diferenciar para incluir...
verbos mais que adjetivos.


Rosa Maria Duarte



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