Há sempre tanta coisa para dizer,
Mãe.
Porque é que as pessoas nunca falam,
caminham mudas?
Há sempre tanta coisa para sentir,
Mãe.
Será que as pessoas já não sentem,
ou não sabem o que sentem?
No meio de tanto silêncio,
deste silêncio ruidoso,
queria dizer-te uma coisa,
Mãe.
Queria dizer-te que já sinto
um amor que não antes senti.
Também eu,
esquecida há pouco da minha infância,
trago no meu peito um mar imenso,
trago no meu ventre uma criança,
sinto nos meus olhos um novo ser.
Tu, minha mãe,
que foste mãe,
fala-me de tudo o que eu não sei.
Conta-me, porque não quero esquecer nada.
Mas ouve-me quando chegar a minha vez,
e deixa-me sentir o novo encanto.
É bom, mãe, ser-se mãe?
Rosa Maria Duarte
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