embora muitas vezes nem tal recebam
É ser respeitada pelo seu amor incondicional
e pela sua individualidade humana
Aconselhar, afagar, desfrutar, refilar
com suas crias e amá-las pelas suas conquistas
Gostar de as ver comer, rir, conversar, crescer
gostar de as ver bem amadas por si próprias
E por todos e cada um também
porque vão sendo e serão filhos de valor
E gostar de ser mãe de cidadãos de valor
por ser ela mesma cidadã de valor
E de ensinar e de aprender e de sorrir
de criar filhos e obras de arte
De ser apreciada pelas suas preocupações
e despreocupações e contemplações
Gostar ser mãe e mulher do seu tempo
de cantar, estudar, trabalhar, passear
Abraçar o mundo dos filhos, dos pais
dos amigos, o seu mundo também
Amar o fado das cantigas e das guitarradas
plangentes do dia a dia melodioso e belo
De ser fadista da beleza e do destino
construindo um mundo melhor com a sua voz.
Cantar até que a voz lhe doa e lhe entoe
o amor e a fraternidade maior de saber Ser.
Ser mãe-poeta do fado e do Acontecer.
Lisboa, 5 de maio de 2013
Rosa Duarte
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