Ouvias-te na saudade do tempo de te veres infante
belo e brando no som dos barcos que vias passar
e apitar no largo cio rio acima adiante onde vivem
pescam os peixes na terra de Ulisses e em Almada
e beijam a cor marítima da gente que sente o Tejo.
Defronte daquela janela que tinhas de fio d' azul
o horizonte mar e céu de topo com chaminés fumo
e operários de macaco que labutavam e ouviam
tudo em grande urbe bairrista alcantarense intenso
majenta cinzento ritmo tráfego varinas de comércio.
É a saudade daquele tempo de menino sol tão lua
quando brincavas na rua e soltavas os laços do lenço
da barra que jogavas com elástico e saltavas, pum!
nas cabras-cegas que espreitavam os cães sem ladrar
às mães que chamavam os filhos, ávidos, tão teimosos.
Rosa Maria Duarte
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