Sou um cidadão encartado
que leva uma vida direita
ainda que tenha vindo torta
do tempo de tenro menino
quando minha mãe se despediu
porque foi apagar um fogo
e o meu paizinho que Deus tenha
e me deixaram aqui sozinho
com minha avó pobrezinha
que chorava a tempo inteiro.
Já morreu tão velhinha, amiguinha.
Sou hoje um cidadão encartado
que quer levar uma vida direita
com tristezas do rio passado longe
com saudades de quem partiu
e levou consigo saudades daqui.
Sigo sendo um cidadão com cartão
nascido e criado em alta terra sã
nobre montanha de gente tão beirã
homem melancólico saudoso menino
com braço forte e filhos do monte
que lavro o futuro e canto o ausente.
Rosa Maria Duarte
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