- Ouvi dizer que é teósofo. O que é isso?
- Ouviste? Bem, eu próprio não sei se sou já teósofo. Quando muito sou estudante de Teosofia.
- Para que é que isso serve?
- Isso? A Teosofia? É o que eu ando a descobrir. E garanto-te que há muito para conhecer sobre esta ciência da sabedoria.
- Mas, afinal, o que é que quer saber? É para decidir a confissão religiosa que quer seguir?
- Não. Se eu tiver uma opção religiosa, até por tradição familiar, prossigo sem problemas. Há muitas perguntas sobre a nossa origem humana, sobre a nossa vida não material, sobre o cosmos, sobre a morte física e outras que procuro aprofundar também via esta sabedoria milenar.
- E acha que essa sabedoria milenar tem alguma sustentação científica?
- Sim, até porque muitos cientistas se apoiam na Teosofia para desenvolverem os seus estudos de teor não laboratorial. Digamos que a Teosofia dá uma visão eclética da vida.
- Então quer dizer que há teósofos católicos, hindus, budistas, pentescostais, ambientalistas, cientistas, engenheiros, desportistas, políticos...?
- É mesmo.
- Tem piada que há dias senti curiosidade de ler um livro traduzido por Fernando Pessoa sobre os fundamentos da Teosofia. Qualquer coisa sobre o silêncio.
- A «Voz do Silêncio? É de Helena Blavastky, uma das fundadoras da Sociedade Teosófica. Lê, não perdes nada.
- Sim... Agora fiquei curioso. Bem preciso de momentos de silêncio nesta cidade tão ruidosa.
- Pois, sobretudo nas sociedades atuais que precisam de pessoas humildes que procuram compreender o muito que ainda falta saber sobre tanta coisa...
- Acha que esta conversa teve teor teosófico?
- Eu penso que sim. Um bom poema, um bom fado, uma pintura, um bom filme, um espetáculo de música, um encontro de amigos, podem e devem ser cada vez mais teosóficos. É que as catalogações de facto pouco interessam nestas caminhadas.
- Estou sempre a aprender consigo, Alberto.
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