segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Porque é que você é teósofo?

- Ouvi dizer que é teósofo. O que é isso?

- Ouviste? Bem, eu próprio não sei se sou já teósofo. Quando muito sou estudante de Teosofia.

- Para que é que isso serve?

- Isso? A Teosofia? É o que eu ando a descobrir. E garanto-te que há muito para conhecer sobre esta ciência da sabedoria.

- Mas, afinal, o que é que quer saber? É para decidir a confissão religiosa que quer seguir?

- Não. Se eu tiver uma opção religiosa, até por tradição familiar, prossigo sem problemas. Há muitas perguntas sobre a nossa origem humana, sobre a nossa vida não material, sobre o cosmos, sobre a morte física e outras que procuro aprofundar também via esta sabedoria milenar.

- E acha que essa sabedoria milenar tem alguma sustentação científica?

- Sim, até porque muitos cientistas se apoiam na Teosofia para desenvolverem os seus estudos de teor não laboratorial. Digamos que a Teosofia dá uma visão eclética da vida.

- Então quer dizer que há teósofos católicos, hindus, budistas, pentescostais, ambientalistas, cientistas, engenheiros, desportistas, políticos...?

- É mesmo.

- Tem piada que há dias senti curiosidade de ler um livro traduzido por Fernando Pessoa sobre os fundamentos da Teosofia. Qualquer coisa sobre o silêncio.

- A «Voz do Silêncio? É de Helena Blavastky, uma das fundadoras da Sociedade Teosófica. Lê, não perdes nada.

- Sim... Agora fiquei curioso. Bem preciso de momentos de silêncio nesta cidade tão ruidosa.

- Pois, sobretudo nas sociedades atuais que precisam de pessoas humildes que procuram compreender o muito que ainda falta saber sobre tanta coisa...

- Acha que esta conversa teve teor teosófico?

- Eu penso que sim. Um bom poema, um bom fado, uma pintura, um bom filme, um espetáculo de música, um encontro de amigos, podem e devem ser cada vez mais teosóficos. É que as catalogações de facto pouco interessam nestas caminhadas.

- Estou sempre a aprender consigo, Alberto.



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