terça-feira, 3 de janeiro de 2017

poema ao EU

Cabelo em ombros, coberto de cor,
luz de novo dia com lente da mente
entre quem vivo e quem sonho, vós aí,
que tanto gostamos que acordamos nisto.

Vejo tez clara, macia, levemente rosada
olho a sorrir-vos desinteressadamente
são estes os olhos claros de verde pinho
cheiro a terra lavrada castanho português.

Talvez, sim. Gosto nem sempre de pensar
quando há ruídos pensamentos na sala de ler;
são jogos à vida de um tempo malabarista
que quase vende para sentir tudo a sonhar.

Eis a mediana na elevação de um corpo hirto
a balançar sons de toques em firmamentos,
um ventre ainda ávido de ideias gravidezes
e fados acompanhados na primeira pessoa, nós.

Rosa Maria Duarte




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