Crónica de opinião publicada a 11 de janeiro de 2017 no «Diário da Região» Rosa Maria Duarte Suporte de papel |
A VIOLÊNCIA JUVENIL
As agressões físicas e
psicológicas entre os jovens estão cada vez mais à vista de quem não as quer
ignorar.
A família, a vizinhança, a
escola, a sociedade, o país são corresponsáveis pela integração de cada ser
humano quando nasce, em que de cada membro é espectável um papel socialmente
distinto.
A instituição-escola é o
laboratório por excelência da educação dos jovens porque detém vários agentes
(teoricamente) preparados, na escolar contextualização organizada.
A família do jovem começa por
cuidar dele e um dia escolhe uma primeira escola, pública ou privada, à partida
na área da sua residência, numa pretensa atitude de confiança nela. Em cada escola,
por sua vez, vai ser procurada uma aproximação da família para que a sua
participação seja um contributo inestimável no seu papel educativo.
A escola é (ou deveria ser)
assim um observatório individual de cada aluno nos diferentes espaços do
recinto escolar, supostamente com um caráter sistemático e eficiente, para
salvaguardar a sua segurança e bem-estar.
Contudo, os casos de violência
escolar multiplicam-se. As condições ficam aquém…
De reverenciar os media pelo bom serviço que têm prestado à
comunidade na informação sobre esta matéria. «E se fosse consigo?».
Mas a maior parte dos incidentes
escolares nem chega a ser do domínio público; uns porque são resolvidos a nível
interno, e ainda bem; outros porque não chegam a ser do conhecimento dos
agentes educacionais ou pelo menos registados…
As «fights», como os alunos
apelidam os incitamentos à agressão física e seu efetivo confronto, são
encaradas por eles como um momento pontual de concentração alargada de alunos,
sem consequências de maior. São ‘apenas’ «fights».
E, no entanto, a violência
juvenil extravasa o recinto da escola, tornando-se ainda mais inacessível à
ação dos responsáveis educativos.
Como conseguir detetar (todas) as
situações de violência juvenil?
Não há outra forma: com um bom
policiamento e a atenta e imediata intervenção de cada um de nós nos atos de
violência juvenil mais ou mais explícita, seja em que espaço físico for, com
recurso às autoridades oficiais, se for caso disso.
As ações de formação das forças
de segurança nas escolas têm aumentado.
E não há dúvida que os jovens
gostam de se sentir protegidos e orientados. Por vezes testam os mesmos
protetores com atitudes de irreverência e insubmissão, mas nunca com o intuito
claro de rejeitar a ajuda de quem os pode ajudar.
O confronto de emoções, de posições
e de força física é próprio, segundo a psicologia humana. Os jovens têm pressa
de crescer e ganhar autonomia.
E integrarem-se, é prioritário.
Mas também de saber distinguir, no
seu comportamento diário, uma divergência pessoal de um ato de violência.
Um dia, na esperança, de
erradicar qualquer tipo de violência entre os jovens, porque entre os adultos
já não há vestígios.
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