terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Faço que estudo o estudo de caso

Vou a pensar em ciências da educação, por exemplo.

No meu caso, talvez.

Pergunto-me: Eu sou a professora ou sou a aluna?

Ora aí está... Ora aí está o quê? Questionam vocês.

É que a vida não se compadece com os cânones e com os modelos clássicos a definhar.

Um professor de profissão é-o toda a vida. Não há dúvida. Quem o diz tem razão.

Logo, eu procuro naturalmente o conhecimento. (De)formação profissional. E gosto de o partilhar. (De)formação profissional.

Mas se procuro conhecer a minha existência também, faço-o para além disso: procuro-a nas relações não-clássicas de aprendizagem.

Eu sei que sempre tive uma vida preponderantemente académica. E esse percurso tem-me feito muito de quem sou.

Mas eu nasci num ambiente de relações simples e fortes. Não necessariamente de (grande) instrução. No qual tenho sido e continuo a ser aluna da vida real.

Claro que não sou quem outros (alguns) querem que eu seja. Sou uma pessoa cheia de defeitos, é certo, mas, desculpem-me, também cheia de virtudes.

Atualmente, por circunstâncias várias, continuo (sem problemas) aluna dos ambientes humanos ricos em espontaneidade e de quotidiano simples. Pode criticar quem achar que deve.

Os meios académicos continuam a ser-me necessários e tenho por eles suficiente apreço intrínseco.

Mas sou a professora ou sou a aluna?

Às vezes, sinto que sou mais a aluna do que a professora.

Para isso tenho contado com alguma da humildade e curiosidade que me resta.

Tenho aprendido muito com os 'meus alunos' e também com aqueles de 'experiência feita'.

Qual é o teu caso, humano?

Eu acho que vale a pena pensar no nosso caso. 

Não somos caso perdido.





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