segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Nós, Tágides, estamos muito chateadas!

Meus amigos,


Eu sei que a indignação é geral no mundo da fauna e da flora.

Nós, musas do Tejo, temos tido muito orgulho na nossa morada.  O nosso querido Luís de Camões, que nos lançou mundialmente para o mundo da lusofonia, se fosse vivo, lutava fosse com quem fosse para nos salvar!

Quantas vezes o nosso Zeus nos tem dito para irmos viver com os outros para o Olimpo? 

É que esta coisa da poluição do Tejo não é nova, infelizmente.

Mas isto está a passar a mais. Eu sei que os humanos não são deuses. Mas são ou não são inteligentes?

Nós também temos, às vezes, essa dúvida. Porque a poluição não faz mal só aos peixes, a nós, e toda a fauna e flora, com que nos alimentamos. Os próprios seres humanos também sobrevivem do mar.

Depois queixam-se que gastam muito em tratamentos de cancros e afins. Estão à espera de quê?

Há pouco ouvíamos falar um endocrinologista sobre as alterações hormonais nas crianças e jovens provocadas pela poluição.

Qual foi a parte que não perceberam?

A poluição não ficou só em Abrantes...

E nós continuamos a inspirar os poetas humanos.

Quantos momentos superiores já viveram com a experiência inspiradora de tantos pensadores e poetas?

É que nós também estamos a asfixiar nestas águas. Estamos a adoecer.

Não saímos! Não saímos! Não saímos!

É a nossa morada, caramba!

Agradecemos àqueles ambientalistas que nos têm ajudado.

Aos jornalistas que nos têm representado.

Às autoridades que nos querem salvar e preservar.

Podemos continuar juntos, almejando saúde, beleza e felicidade?

Sempre vossas,

Tágides


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