Eu gostava que gostasses de mim.
Gostas de me pôr uma arma na mão? Porque me fazes sentir vontade de disparar e matar?
É que eu também estou zangado. Não estou zangado porque quero mandar nos outros. Não me interessa mandar num país. Não me interessa ter coisas que não me fazem falta. Não quero que os outros sejam como eu quero.
Onde está o meu pai? Onde está a minha mãe? Onde está a minha família?
Só o que eu quero é sentir-me bem na escola e tudo o que me dás é licença para me zangar e matar o que está à minha volta. Matar a criança que há em mim com muito para conhecer.
Por isso eu digo que tu não gostas de mim e, acho, não gostas de ninguém. Se calhar, não gostas de ti em primeiro lugar.
Aprende a gostar. Todos temos muito para dar.
Podias aprender a gostar. Não comigo que ainda sou jovem criança (não sei se chegarei à tua idade) e mal percebo o que as pessoas pensam do bem e do mal. Só me cruzo com gente baralhada.
Mas uma coisa eu sei na pele: a guerra e a dor só têm verdadeiramente malefícios.
Não declares guerra ao nosso mundo.
Eu ainda te posso perdoar, jovem-criança com vontade de viver.
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