terça-feira, 7 de março de 2017

Autobiografia (página 24)

Estive durante dezanove anos a dar aulas na ex-escola secundária Moinho de Maré, antes chamada de Corroios nº 2, ainda sem turmas do secundário. Pequena e dinâmica.
O nome foi dado à escola pela proximidade com o Moinho de Maré, que ainda hoje funciona como parte integrante do eco-museu. Mas foi apelidada pelos alunos com o nome de Celeiro, pela sua construção em madeira.
O nome alcunhado veio a dar o nome ao então jornal de escola que lancei em 92.
Nessa altura, eu lecionava, para além do Português, as Técnicas de Introdução ao Jornalismo.
Depois decidi fazer o curso de Formação Pessoal e Social, para lecionar a disciplina de Desenvolvimento Pessoal e Social, o que veio a acontecer. Foi uma mais-valia para o meu trabalho pedagógico.
Entretanto a minha colega Isabel Lima desafiou-me para integrar o Movimento dos Educadores para a Paz da Nova Escola Galega. Os encontros anuais galaico-portugueses foram desafios gratificantes. Aprendemos e ensinámos.
A nossa escola já tinha a sua morte anunciada há já algum tempo. Era sempre uma ideia vaga, mas a cada dia mais consistente.
Decidi então embrenhar-me na minha especialidade: a língua e a literatura portuguesas.
Fiz o mestrado em literatura portuguesa. Foi-me concedida uma licença sabática de um ano.
Os meus dois filhos frequentavam os dois esta escola. Alguns colegas diziam-me: - Quem me dera que todos os alunos fossem como os teus filhos.
Eu era uma mãe muito carinhosa, mas também muito disciplinadora. Hoje talvez repensasse um pouco os meus métodos rigorosos...
O Celeiro, de facto, encerrou portas. Os protestos na TV de pouco valeram.
O corpo docente e discente dividiu-se.
A minha prioridade profissional teve que continuar a ser a proximidade física casa-escola e, dentro do possível, a leccionação de matéria mais de natureza literária.
Foi um período de transição para todos. 




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