Anna - Olh'á castanha quentenha. (Apregoava)
Transeunte - Ó mulher, tens tudo molhado!
Lá na tua terra era o que fazias?
Anna - A minha terra está destruída.
Aqui sempre tenho travalho.
Transeunte - Dá-nos lá então uma dúzia dessas molhadas.
Anna - Senhor, eu ter aqui elas mais quentenhas.
(Mostra as castanhas na gaveta)
Transeunte - Servem-nos bem essas todas molhadas.
Este bairro de betão é feio, mas ainda tem pessoas bonitas.
Anna - Obrigado, senhor. Eu não ter medo de trabalhar. Ter medo é da guerra e da fome.
Ofereço a si e à sua senhora mais dous castanhas.
Casal de transeuntes - Sê bem-vinda ao nosso bairro.
«O bairro que temos» Rosa Maria Duarte Óleo s/tela 50x70 |
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