- Está tudo normal, mãe.
Diz-me tu com um olhar
bonito talvez um pouco vago.
E eu aguardo uma pequenina
expressão de lábios ou de cor
que confirme o mesmo agrado.
- Está tudo normal, mãe.
Olho-te com imensas e tranquilas
saudades e vejo o Daniel desdentado
a sorrir e a pular de suspensórios
vermelhos no laranjal do quintal
alentejano da nossa Justa aldeola.
- Está tudo normal, mãe.
- Ainda bem. Comes bem? Dormes bem?
Vejo-te feliz com a vida conjugal.
Quase sorris a olhar para mim
enquanto consultas num leve salto
a internet sobre aquilo que eu não disse.
- Está tudo normal, filho?
Tu cresces numa expressão viva
ages para falar e comunicas
com luz e beleza da tua tez clara
é a alegria de seres quem és
amado por todos e senhor da arte
a sabedoria da simples natureza.
Obrigado, Daniel, por seres meu filho.
Rosa Maria Duarte
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