O silêncio oferece-se dentro de mim.
Iluminam-se as minhas mãos a pele
o corpo torna-se mais leve e a frescura
de cada aroma de sol invade-me toda.
A paz deste silêncio colorido intenso
estende-se para fora das minhas pernas
e vai alumiar-me as ideias no trilho
do meu pensamento vagueabundo.
Quase não me mexo. Só os meus olhos
nas órbitas e muito lentament e e e e.
Quase não olho. Baixo a cabeça.
Eu quase não olho nunca. Vejo a mente
no olhar de lado a lado que me segue.
Volto a mim. Vejo vermelho e castanho
a encher de cor o desenho de quem nasci.
O meu batimento é tão leve e ausente
das sombras dos gestos que não faço.
Deixo-me ficar a ouvir o tempo no vácuo
Estou a existir e a saborear o sossego.
Rosa Maria Duarte
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