Sinto as brumas de um Deus no orvalho das largas folhas
ervas que dançam verdes-divinas ao cair fresco da chuva,
árvores de fortes ramos e pinhas de natal a ganhar balanço
no vento uivante e de um gelo metálico inverno-azul frio
e água dura no lago-espelho do rosto-infante-ave de Deus.
Olho o imenso nevoeiro quase-alado de perfume telúrico
terracota de húmus e raízes fundas de vida firme no amor
de alguém maior que o universo num céu leitoso de cinzas
desenhando rostos mudos de olhar brilhante fixo e sério
faces e faces sempre novas e luzidias de vontade divina.
Recebo na pele a dor de um abraço desesperado do acontecer
e a cor rosada na face que me alarga o infinito imaculado
semeando um Deus que quer habitar um coração pequeno
de amor pelas mãos inchadas e amorosas do Criador
que me adormece todos os dias no calor de mais um sonho.
Rosa Maria Duarte
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