sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Autobiografia (página 7)

A minha irmã, o meu irmão mais velho e eu.
Quando eu era novinha, a partir dos meus cinco anos, já gostava de jogar à bola, ao pião, à apanhada, às escondidas, à barra, ao mata...mas como era ainda baixinha caía muitas vezes e magoava-me. Andava sempre com os joelhos e as mãos esfolados. Mas isso era o menos. E as vezes que parti a cabeça e tive que ser cozida, ou agrafada? Pois...
Lembro-me que, de uma dessas vezes, estava a jogar à bola no corredor da cozinha da casa dos meus pais, quando tropecei no degrau de azulejos, bati com a cabeça e abri logo a cabeça. Doeu-me, mas nada de excecional que não estivesse habituada. Continuei a jogar, só que o sangue pingava para o chão. Aí é que me assustei. Lá tive que ir mais uma vez de charola para o hospital. Que chatice!
Eu que não gostava nada de médicos, enfermeiros, batas brancas, agulhas...para tomar as vacinas infantis fazia brutais fitas. Fugia e gritava. Eu que era sempre bem comportadinha.
Não era uma criança de adoecer, até porque sempre comi bem, ao contrário daquilo que a minha mãe está sempre a dizer (ainda hoje). Mas sempre me descuidei um bocado com as variações de temperatura do clima. Volta e meia andava e ando a fungar.
Já na infância gostava de ter o nariz limpo para poder respirar e cantar. Por isso andava sempre de lencinho no bolso.
Fazia muitos concursos da canção com a minha irmã e as minhas amigas. Imitávamos os cançonetistas que mais gostávamos. Fiquei conhecida pela Simone de Oliveira porque cantava a Desfolhada. Mas também cantava outras...
Mais tarde, foi a música de intervenção: Zeca Afonso, Manuel Freire, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Fernando Tordo, também Jorge Palma... Entrei na onda da música brasileira. Íamos com amigos a muitos bares de música brasileira. O «Pé Sujo», por exemplo, ali ao miradouro de Santa Luzia.
Com o break dance, nasceu uma nova fase lá em casa. Quem sabia dançar como o Michael Jackson. E eu lá me ia safando... O meu ex-cunhado chamava-me John Travolta da fase do «Saturday Fever», «Grease».
Em casa dos meus pais houve muitas fases. Umas melhores do que outras. Uma fase da Hermínia Silva, da Amália, do Marceneiro, do Marx, do José Viana, do Carlos Ramos...(dos mais velhos) A fase do Michael Olfield, muitas boa! A fase dos Eagles. A fase dos Shadows. A fase dos Bee Gees. Do Bob Dylon e da harmónica. Da Joan Baez. Ouvia falar com muito entusiasmo do Woodstock... 
Foi então que me tornei festivaleira. Agora estou quase retirada. (Não consigo ainda resistir a um bom concerto. Vou, por exemplo, no domingo ao Elton John. Sentadinha!!! Uma estravagância para a minha bolsa!)

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