AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS DEVEM SER
MESMO UMA ‘PRIORIDADE URGENTE’?!
A reduzir o aquecimento global na
nossa casa comum, o planeta Terra. Querem, portanto, evitar prejuízos, como
aqueles que volta e meia acontecem na produção dos alimentos, e já para não
falar das catástrofes.
Pois, mas porque é que todos parecem
preocupados com isso e nem todos olham este sinal de alerta ambiental com a
mesma urgência (ou até mesmo igual seriedade)?
Porque isso implica disponibilização
de verbas (sempre o vil metal a atrapalhar) que são necessárias para assegurar
que o aumento da temperatura média global fique 2ºC abaixo dos níveis
pré-industriais, até um dia reduzir para o ideal 1,5ºC.
Porque também é preciso investir nos
métodos inovadores que permitem baixar as emissões de gases do efeito de
estufa. Claro que não se pretende acabar com o fenómeno natural de estufa que
sempre aconteceu, mas evitar o aumento exponencial desse efeito que é provocado
pelo excesso de saída dos gases para a atmosfera, como as substâncias em
contexto fabril por exemplo. Há que reduzir a emissão que potencializa artificialmente
esse fenómeno e provoca mudanças climáticas com altos custos.
São alterações advenientes do
inevitável progresso industrial humano que têm gerado problemas económicos,
doenças e pobreza; consequências que provêm de causas que nem sempre são
apuradas e/ou nem interessam apurar.
O Tejo, por
exemplo, sofre ações humanas ao longo do seu percurso que o fragilizam e à
chegada à fronteira portuguesa já vem debilitado. É visível nalguns troços da
água deste rio o seu estado impróprio por causa de baixos caudais e descargas
poluentes. No ano passado, a Quercus alertou para o grau de poluição do Tejo,
sendo considerado um dos piores factos ambientais. As autoridades do Ambiente
receberam 38 denúncias por descargas ilegais e unicamente uma fábrica teve
atividade suspensa porque reincidiu na dita prevaricação.
A preocupação ambiental não é exclusiva
de uma faixa etária (embora, diga-se de abono à verdade, que os jovens têm sido
os principais panfletários desta causa ambiental), nem é exclusiva de uma
camada social, nem mesmo de uma instituição ou continente geográfico. Mas há
zonas do planeta mais castigadas (basta ouvir os noticiários). A solidariedade
ainda é um valor universal a ter em conta.
Todavia, é uma questão de tempo. E o
sofrimento causado pelos prejuízos é transversal. Só levando a sério as medidas
acordadas no tratado de Paris, com compreensão das suas vantagens para tudo e
para todos, concertadamente, dos seus benefícios visíveis a médio e a longo
prazo, se conseguem criar fluxos financeiros consistentes para aumentar a
capacidade de adaptação climática de cada região, rumo a um desenvolvimento
resistente aos fatores climáticos ameaçadores.
E não vou esquecer de sublinhar o
esforço de Portugal que, pequenino e pobrezinho, está entre os melhores nas
políticas contra as alterações climáticas. Há que fazer melhor ainda.
Rosa Maria Duarte
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