Amanhecer de verão
Sorrir à temperança …
Afrouxar nas correrias
Na rotina desenfreada
Comer bolos bulir
menos
Sorrir a sério dormir com tempo
Fazer do calendário um passatempo
Abrir o sentido à gulodice
Beijar o sol a cada instante
Lavar os dentes de mergulho
Nas brumas do areal
Olhar a alma do transeunte
Com brilho expansivo a crepitar
Gesto lânguido de sonhador
Palavras do Jornal esquecido
No canhoto do pensamento
Longe do trânsito infernal e das
Tristezas de ordenado mal pago
Esforço somenos reconhecido
Matreirices do adversário.
São as pálpebras ainda melaças
Os gémeos contrafeitos
Na solidez do cansaço que
A preguiça se acomoda
No parapeito do terraço
E não tarda a instalar-se no
Colo de repasto no
Corredor íntimo do solário.
Discreta adivinha-nos o vulto
Enfarinhadado de sono
E empurra-nos de mansinho para o
Sofá livre mais próximo.
Não fosse a cor luminosa do dia
A espreitar p´las frinchas
Das portadas envernizadas
do madrigal levante
E o realejo estival
Que em sinfonia serena
Nos faz de todo acordar.
Quinta do Rouxinol, 20 de Julho de 2011
Rosa Duarte
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