terça-feira, 31 de julho de 2012

poema amanhecer de verão


Amanhecer de verão



Sorrir à temperança …

Afrouxar nas correrias

Na rotina desenfreada

Comer bolos   bulir menos

Sorrir a sério   dormir com tempo

Fazer do calendário um passatempo

Abrir o sentido à gulodice

Beijar o sol a cada instante

Lavar os dentes de mergulho

Nas brumas do areal

Olhar a alma do transeunte

Com brilho expansivo a crepitar

Gesto lânguido de sonhador

Palavras do Jornal esquecido

No canhoto do pensamento

Longe do trânsito infernal e das

Tristezas de ordenado mal pago

Esforço somenos reconhecido

Matreirices do adversário.



São as pálpebras ainda melaças

Os gémeos contrafeitos

Na solidez do cansaço que

A preguiça  se acomoda

No parapeito do terraço

E não tarda a instalar-se no

Colo de repasto no

Corredor íntimo do solário.

Discreta adivinha-nos o vulto

Enfarinhadado de sono

E empurra-nos de mansinho para o

Sofá livre mais próximo.

Não fosse a cor luminosa do dia

A espreitar p´las frinchas

Das portadas envernizadas

do madrigal levante

E o realejo estival

Que em sinfonia serena

Nos faz de todo acordar.



Quinta do Rouxinol, 20 de Julho de 2011

Rosa Duarte


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